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Em Própria Causa

Em Própria Causa

És um palerma, Aquela mulher tão bonita À mão de semear uma paixão E tu deixa-la ir sem cítara, Sem lama! Como és patético, ó Menezes! Sentado nesse sofá da solidão A espera que o céu te de pão Enquanto ela te mira mil vezes E tu te fazes sem coração.

Oh triste Menezes! Tivesses tu o pão que o Diabo amassou E comias como os outros, BUR... gueses, O vazio que a vida levou.

Victor Nuno de Meneses, "As Meias do Poeta"


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